As famílias brasileiras tiveram juntas uma economia mensal de quase R$ 5,4 bilhões na hora de abastecer os veículos com a queda no preço dos combustíveis em julho. A conclusão é de um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), feito de forma exclusiva para a CNN Brasil.
Para a realização da análise, o levantamento da CNC levou em consideração que o gasto médio agregado mensal de todos os
brasileiros é de R$ 474,6 bilhões, sendo que os combustíveis representam cerca de 7% do valor.
As quedas de 15,48% da gasolina, 11,38% do etanol e 5,97% do gás veicular em julho, registradas pelo IPCA do IBGE, em termos práticos, geraram uma economia direta de R$ 5,39 bilhões no gasto familiar.
De acordo com os dados da CNC, desse total, R$ 4,95 bilhões são referentes ao abastecimento com gasolina, R$ 470 milhões com etanol e R$ 20 milhões com o gás veicular.
Já o diesel teve o movimento inverno, com um aumento de 70 milhões nos gastos mensais totais dos brasileiros, já que não registrou quedas tão relevantes quanto os outros combustíveis.
O barateamento no custo dos combustíveis foi resultado da queda no ICMS pelos estados brasileiros, após a aprovação de uma lei nacional que limita a alíquota dos combustíveis a 18%.
Além disso, as quedas no preço anunciadas pela Petrobras também impactaram. A redução mais recente anunciada pela estatal foi R$ 0,15 por litro no preço da gasolina para as distribuidoras em 28 de julho.
Para o coordenador do estudo e economista da CNC, Fabio Bentes, o valor total economizado pelos brasileiros deve ser ainda maior a longo prazo, quando os impactos indiretos do barateamento dos combustíveis poderão ser vistos.
O economista também faz menção ao impacto da gasolina na inflação brasileira, que ficou em 0,68% em julho, menor taxa desde 1980 e a primeira queda em dois anos.
“Os quase R$ 5,5 bilhões que foram economizados fazem parte dos efeitos imediatos, os vistos nas bombas de gasolina quando os brasileiros vão abastecer. Mas não podemos esquecer da economia indireta que vamos ter quando o frete e os alimentos baratearem como consequência do menor valor do combustível”, disse Bentes à CNN.